quinta-feira, 29 de maio de 2008

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Carta de Apoio

Exmo. Sr.
Presidente da Banda Municipal Alterense






Somos um grupo de alunos do terceiro ano do curso de animação Sócio cultural da Escola Superior de Educação de Portalegre, no âmbito da disciplina de Projecto foi-nos proposto a elaboração de um projecto de intervenção comunitária numa instituição ao nosso critério.
A instituição que escolhemos foi o Centro de Reabilitação “Desafio Jovem” em Alter do Chão.
O projecto que nos propomos desenvolver é composto por uma série de actividades entre as quais gostaríamos de ter presente a Banda que Vª. Ex.ª dirige a fim de proporcionar um momento de lazer, bem-estar e socialização aos utentes deste centro.
Agradecemos desde já a vossa colaboração e despedimo-nos com os melhores cumprimentos.






Os alunos

Requerimento de coloboração

Exmo. Sr.
Director da Escola Superior de Educação de Portalegre

Somos um grupo de alunos do 3ºano do curso de Animação Sócio-cultural desta escola, a quem no âmbito da disciplina de Projecto, nos foi proposto a elaboração de um projecto de intervenção comunitária numa instituição ao nosso critério.
A instituição que nós escolhemos foi o Centro de Reabilitação de Toxicodependência de Alter do Chão. Após reflectirmos bastante sobre as actividades que íamos desenvolver no projecto optamos por fazer entre outras um atelier de trabalhos manuais e construção de peças em barro.
Assim sendo, queríamos saber se seria possível contarmos com o apoio da escola para nos fornecer o material necessário (barro) para desenvolvermos o atelier de Cerâmica.
Agradecemos a vossa colaboração, com os melhores cumprimentos.





Os alunos

Planificação

Horas Actividades

10h Apresentação
11h Expressão Plástica: Pintura e Modelagem de materiais
13h Almoço
14h Tempo de Partilha de experiências
15h Jogos Tradicionais
18h Banda Municipal Alterense
19h Lanche
20h Despedidas

Alter do Chão

A nível geográfico o Concelho de Alter do Chão situa-se no centro do País, no Distrito de Portalegre, integrando em termos mais vastos a Sub-Região do Alto Alentejo e dentro desta a do Norte Alentejano.
É composto pelas freguesias de Alter do Chão, Seda e Cunheira, com o mesmo nome do aglomerado e pela freguesia de Chancelaria, com o nome do aglomerado de Chança. A freguesia de Alter do Chão é a única que, para além do aglomerado com o seu nome, inclui outro – Alter Pedroso (dista 3 Km).
A distância a Lisboa e ao Porto é de cerca de 189 Km e 294 Km, respectivamente, ficando a fronteira com Espanha a pouco mais de 54 Km. Confinando a norte com os concelhos do Crato e a sul com os concelhos de Fronteira, Monforte e Avis tem a nascente o Crato e Monforte e, finalmente a poente, o concelho de Ponte de Sôr.
O relevo do concelho é pouco acidentado, atingindo no ponto mais alto 410 metros de altitude. Possui um clima temperado continental com características mediterrânicas e tendência para a semi-aridez, ao qual se ajusta uma flora onde predominam os montados de azinho e sobro bem como as oliveiras, e uma fauna bastante rica e variada de aves.
O Clima do distrito de Portalegre é temperado de feição continental com características mediterrânicas. Apresenta estação seca bem marcada de verão e amplitudes térmicas elevadas, sobretudo na faixa interior (vale do Guadiana e seus afluentes). Os Invernos são modernamente chuvosos e frescos.

Com 3938 habitantes e uma superfície de 361,63 Km2 (cerca de 6% do total da superfície do Distrito de Portalegre), o concelho de Alter do Chão apresenta em 2001 uma densidade populacional de 10,9 hab/Km2, valor este inferior aos 23,2 hab/Km2 registados em 1960, o que significa que o concelho tem registado taxas de decréscimo populacional superiores às registadas para o Distrito.
Segundo os CENSOS 2001 Alter do Chão será a freguesia que actualmente regista uma maior densidade populacional (17,9 hab/km2), seguida de Cunheira, Chancelaria e Seda com 13,6, 7,3 e 3,5 hab/Km2 respectivamente
Em relação à estrutura do povoamento do concelho, desde 1960 tem-se assistido a um processo de concentração da população nos lugares de média dimensão. Este processo foi originado pela diminuição do peso dos lugares de menor dimensão, ou seja, a concentração não foi provocada pela transferência da população dos lugares menores para os maiores (aliás, todos os lugares diminuem de população), mas sim pela diminuição dos lugares de menor dimensão, não só em termos do número de lugares mas também em termos de efectivo populacional. Actualmente a população está concentrada em 6 lugares, 4 dos quais são as sedes de freguesia.

A estrutura económica do concelho de Alter do Chão apresenta uma baixa taxa de actividade que resulta do envelhecimento da população e da fraca participação feminina no mercado de trabalho.

A população activa com profissão revela-se pois, relativamente envelhecida com mais de metade dos activos acima dos 40 anos, a que se juntam um generalizado baixo nível de instrução.

Relativamente a situação na profissão da população activa, predominam os trabalhadores por conta de outrém na quase totalidade dos ramos, a excepção do comércio onde predominam os trabalhadores por conta própria.

O problema do emprego também se faz sentir no concelho e afecta sobretudo as mulheres e acamada mais jovem da população abaixo dos 25 anos.

Alter do Chão é, em termos económicos, um concelho profundamente rural com uma forte concentração do emprego nas actividades agrícolas. A estrutura económica do concelho apresenta pois, um desequilibro na distribuição dos activos pelos três sectores da actividade, com preponderância do sector primário, onde os principais ramos são a agricultura e pecuária.

O sector secundário, o de importância mais reduzida esta relacionado sobretudo com a construção e obras públicas e a industria transformadora.

O sector terciário, esta por sua vez relacionado, principalmente, com a prestação de serviços a colectividade e com o comércio em geral.

Em relação à morfologia e características dos seus aglomerados, as urbes do concelho de Alter do Chão organizam-se morfologicamente através de malhas diferenciadas e constituídas por edifícios de diferentes tipologias.

Morfologias e tipologias correspondem a períodos históricos diferenciados, ainda que determinada morfologia possa ser preenchida por tipologias diversas. Tanto as morfologias como as tipologias correspondem a diferentes processos de formação e grupos sócio económicos.
Alter do Chão é um núcleo que apresenta como elemento central um espaço repartido pelos largos da Fontinha e Largo Barreto Caldeira.

Um interessante aglomerado urbano que teve como origem um tecido característico de “aglomerado natural”.

A expansão deste núcleo efectuou-se numa primeira fase ao longo do eixo norte/sul, polarizada pela edificação da Misericórdia (no reinado de D. Leonor, mulher do Rei D, João II) e pelo Convento Franciscano de Stº. António; numa segunda fase para poente, na direcção da Coudelaria, afunilando na estrada que lhe terá servido de ligação

Causas que levam um jovem à toxicodependência

Existem inúmeras condicionantes que puderam conduzir um jovem ao consumo:
· Curiosidade
· Tempos livres, sem trabalho nem ocupações
· Falta de motivação no tipo de vida actual
· Fracassos escolares ou profissionais
· Sentimento de isolamento
· Formação de grupos com interesses comuns, pressão do grupo de pares
· Uniformidade de comportamentos nos grupos
· Encontrar satisfação que substituam as frustrações na família ou na sociedade
· Evasão do seu ambiente, da estrutura em que esta integrado, da angustia profunda e intolerável solidão

Autores como Machado Rodrigues e Correia da Silva, têm sugerido a necessidade de referenciar factores de risco de protecção na adolescência, em particular no que ao consumo de droga diz respeito.
Os factores de riscos e de protecção, na fase da adolescência, têm sido muito mencionados nos últimos anos por partes dos políticos e profissionais nesta área, como algo que facilita ou impeça o consumo de droga por parte dos jovens.
Após a realização de vários estudos sobre os problemas na adolescência, chegou-se à conclusão de que os jovens têm factores de risco e factores de protecção na relação entre o consumo de drogas ilícitas e variáveis segundo: a estrutura familiar, a educação escolar dos pais, a ocupação dos seus tempos livres, o abandono e o insucesso escolar.
Um estudo comparativo elaborado por Frasquilho mostra que existe uma série de factores que poderão proteger os jovens do abuso de drogas, tais como:
· Elevada auto-estima;
· Tendência reduzida para a procura de situações de risco;

· Percepção de que o grupo de amigos tem uma atitude pouco ou nada favorável ao consumo de haxixe;
· Elevada intolerância ao desvio;
· Elevada resistência às pressões do grupo de pares.

Posteriormente o autor Machado Rodrigues, afirma que o perfil dos alunos das escolas que estão integradas no programa nacional de prevenção “VIVA A ESCOLA” revela a existência de uma relação entre o uso de drogas e determinados factores de risco, tais como:

· a pressão do grupo de pares;
· o consumo de substancias licitas e ilícitas e a acessibilidade, satisfação e prazeres associados a estas ultimas;
· a situação e relação familiares;
· a situação e dificuldade na escola;
· os registos de abandono e de aborrecimento e certa sintomatologia depressiva a nível próprio.

Quanto ao perfil do uso de drogas podemos constatar que a principal droga de dependência é a heroína, o seu consumo é de 97.7% dos clientes dos CAT’s (Centros de apoio a Toxicodependentes).
Os dados relativos à prevalência de consumo de substancias ilícitas na população escolar está em constante expansão para as zonas interiores do pais, Por exemplo o Alentejo registou, relativamente aos estudantes do 3º ciclo, taxas de prevalência ao longo da vida relativas ao consumo de cocaína e heroína superiores às registadas nas regiões de Lisboa e do Algarve.
Ainda segundo os dados obtidos relativos a estudantes, as taxas de prevalência relativas ao consumo de diferentes tipos de droga tendem a aumentar com a idade, sendo que estes dados foram obtidos através do Relatório Nacional do fenómeno da Droga, de 2002.

Quanto às fontes de proveniência segundo os dados fornecidos pelo GPCCD (Gabinete de Planeamento e de Coordenação do combate à Droga), revelam que 18.8% da heroína apreendida provem de Espanha, sendo que a restante è de origem desconhecida.
A cocaína provém sobretudo da Colômbia 48.8% e o haxixe de Marrocos de São Tomé e Príncipe, a liamba provem de Angola 65%.

Da Antiguidade aos nossos dias

Na época contemporânea, quando se denota, nas comunidades nacionais e internacionais inquietação face ao consumo de heroína, cocaína ou crack, faz com que se proceda a uma investigação genealógica destas formas de adicçao.
O uso actual daquelas substâncias inscreve-se num percurso de continuidade histórica, em que a utilização de determinados produtos constituem um rito social.
Há referências históricas e literárias a substâncias das quais o homem procurou interferir no seu próprio equilíbrio biopsiquico e na relação mantida com o ecossistema.
A bíblia num dos seus primeiros registos diz que Noé, saído da arca do dilúvio, plantou uma vinha e bebeu vinho até se embriagar, seria o vinho a primeira droga que a humanidade conheceu? Até porque Noé, desnudou-se, depois de beber o vinho, evidenciando assim o efeito desinibidor do vinho.
No início da idade Média, chega a informação sobre a “mirra”, servia como tonificante farmacêutico e com o intuito recreativo e medicinais. Os gregos e Romoanos tomaram um preparado de vinho, cânhamo e mirra, “o vino resinato”.
A medicina grega encontrou no ópio um remédio, desde o século X a.c, foi proclamado o ópio como o produto mais universal eficaz para a cura as maleitas.
As tábuas de argila súmerios, achadas na Mesopotâmia, descrevem o cultivo da papoila e a preparação do ópio, cujas virtudes terapêuticas eram conhecidas na Pérsia e no Egipto, cerca de 1550 A.C.
A coca foi conhecida há 600 a.c; as escavações arqueológicas permitiram descobrir múmias de índios, sepultados com folhas de coca, nos sarcófagos.
Os colonizadores, tudo fizeram para que perdessem o hábito de mascar as folhas de coca, mas deram-se conta de que essa habituação estimulava as capacidades laborais dos índios, que trabalhavam em condições deploráveis, passando a incentivar o cultivo e o consumo e adoptaram também o seu uso.
No México, as perseguições pelo Santo Oficio, não foram, durante a colonização espanhola suficientes para erradicar esse hábito.


Ao longo da Historia, vários povos serviram-se do consumo de espécies botânicas enquanto instrumento condutor de uma maior aproximação com as divindades, utilizando-as em rituais religiosos ou em ritos de iniciação e passagem.
A droga tem funcionado entre os Homens e o desconhecido, como uma ponte entre a vida real e o além.
A droga expande-se muito à custa do inicio das expansões portuguesa e Castelhana vieram gerar um novo conhecimento e difusão quer dos produtos utilizados noutras paragens, como alimentos e bebidas, ou enquanto substancias que interferem na consciência humana.
As descobertas Portuguesas, vieram dar a conhecer um mercado até então desconhecido. Foi o ópio que se destacou na rota comercial entre a Índia e Lisboa.
Foi até decretado que se cultivasse o ópio para fins de lucro para o Reino:
- mandai plantar dormideiras das ilhas dos Açores, em todos os pauis de Portugal, e mandai fazer ópio, que é a melhor mercadoria que se encontra nestas partes, e em que se ganha dinheiro…a gente da Índia perde-se sem ele se não o comem.
Nos anos 600/700 o consumo de haxixe e ópio era considerado pelos aristocratas como um vício luxuoso e excêntrico reservado ás elites. Quando nos dias de hoje a comunidade internacional se vê confrontada com o problema da toxicodependência, verifica-se que este problema já surgiu há muitos séculos atrás, tempos houve em que o humanista do Ocidente, processo de desumanidade, empreendeu guerras para defender e impor o seu direito de exportar estupefacientes, ou seja, de vender com lucro, a destruição e a morte.
Nos finais do século XIX, a cocaína é considerada a droga da moda entre artistas e intelectuais, substituindo o uso do haxixe e do ópio, sendo que a sua divulgação atingiu proporções enormes, nos EUA foi utilizada na Coca-cola, na Europa com a sua adição foram comercializados vários produtos, como o “vinho Mariani” que era consumido pelo Papa Leão XIII.


A partir dos anos 50 o uso de drogas dispara de uma forma brutal e gerou o susto, com o aparecimento do SIDA.
O L.S.D. depois de utilizado como terapia a nível psiquiátrico, é adoptado pelo submundo das drogas como um produto privilegiado e popularizado sobretudo pela cultura “Hippy”.
Nos anos 60/70 viveram-se grandes iniciativas massificadas tendo a droga como objectivo comum, tais como:
· A marcha sobre o Pentágono e o trips festival em s. Francisco no ano de 1967;
· A concentração de Chicago em 1968:
· E o mítico Festival Woodstock que reuniu mais de quinhentos mil espectadores e que tinha como lema: “SEX, DRUGS & ROCK´N`ROLL”
A partir dos anos 70 assistiu-se ao incremento do consumo de drogas, com preferência pelas drogas duras como a Cocaína e pela Heroína, por esta altura começa também a produção de drogas sintéticas.
Enquanto isto acontece alargam-se as faixas etárias que consomem, incluindo crianças e adolescentes.
A droga saiu dos bairros dos intelectuais e artistas e invadiu cidades e aldeias, áreas mais pobres e socialmente mais desfavorecidas.
A sociedade contemporânea é altamente competitiva e há quem não olhe a meios para atingir os fins que pretende. A primazia do prazer, o poder material, tem vindo a sobrepor-se aos valores culturais, religiosos, e a outros valores sociais, valores do ser humano.
A forma como o jovem se sente na vida face aos seus desejos e inquietações, face á auto-estima, face aos colegas, face à sua família, pode ser o regulador da disponibilidade para esta atitude da moda: o consumo.

Compreender o estar toxicodependente

A compreensão dos toxicodependentes, envolve a compreensão da problemática da adolescência e da juventude, das condições da vida contemporânea, entre as quais a mudança de referencia e de valores, o consumismo, a competição, a adolescência “prolongada”, a construção da identidade, o desemprego…
Segundo Dias Cordeiro, toxicodependência define-se como um estado de intoxicação periódica, ou crónica, causada pelo consumo repetido de uma droga (natural ou sintética), associada a uma tendência para aumentar as doses e provocar, mais ou menos rapidamente, uma dependência de ordem psíquica e/ou física.
Nos anos 60/70 eram os jovens mais atrevidos, mais contestatários, por vezes os mais elitistas que tinham acesso ao uso de drogas, neste período o fenómeno desenvolvia-se de uma forma escondida. Nas últimas décadas o seu uso propagou-se de uma forma tal que se verificou na década de 90 o aparecimento de uma variedade e quantidade que ficaram disponíveis e viram facilitadas a sua propagação, que o seu uso derrubou barreiras sociais e geográficas, que houve quem já afirmou que hoje em dia o consumo de drogas está “democratizado”.
Nos dias de hoje quem pretender obter um determinado tipo de droga sabe onde se dirigir, e a oferta já não se encontra somente nos grandes centros abrangendo também a mais pequena aldeia do nosso pais.
Reflectindo sobre esta cena aberta, ilícita, mas que é muito bem tolerada em certas regiões, qualquer individuo que tenha uma personalidade normal poderá, num dado momento da sua vida tornar-se num consumidor e dependente de uma qualquer droga, desde que este a consuma e desde que a ela se liga.




Novos desafios da ASC

Sendo a Animação sócio-cultural um conceito em constante mudança e actualização, que acompanha e flutua com a movimentação da sociedade com o passar dos tempos, vê com estas mudanças cada vez mais alargado o seu campo de acção.
Na opinião de Esaú Dinis, o futuro da ASC apresenta um cenário tridimensional, a saber; uma corrente proteccionista estatal resumida numa politica para as pessoas; outra que assenta na vertente de uma intervenção levada a cabo por uma politica com pessoas onde a ASC serve para criar e imprimir dinâmicas comunitárias destinadas à resolução de problemas concretos e uma terceira corrente ligada a novos âmbitos emergentes da vida quotidiana e onde a figura do Animador vai ter um relevante papel de mediação e dinamização do tempo de ócio das diferentes faixas etárias.
Eu penso que a animação sociocultural terá três vertentes: uma mais conservadora no interior da própria democracia, consistindo em tirar partido daquilo que já existe, seja na fruição dos bens culturais, seja no levar mais longe aquilo que é a componente instrutiva e educativa da própria educação, seja a partir de campos delimitados como o desporto, o turismo. Permitirá, durante o tempo em que as pessoas estão disponíveis, que tirem melhor partido do que já têm mesmo sem o valorizarem.
Penso que há ainda uma segunda dimensão que é mais reformista ou “revolucionária” e mais prospectiva, no sentido em que há na sociedade a necessidade de partir para uma democracia mais participada, mais inovadora e, ao mesmo tempo, abrindo novos caminhos para as pessoas se libertarem e encontrarem o verdadeiro sentido das suas vidas.
Há um terceiro caminho, que passa pela Animação do quotidiano que não pode deixar de ser feita, que é relativa a grupos tocados por problemáticas de droga, de delinquência, que se ocupam de idosos, de deficientes, de imigrantes, em que o animador tem um papel muito importante.
Podemos verificar por estas palavras o papel fulcral que a ASC pode ter na prevenção de muitos flagelos que atingem a sociedade actual, através da sua acção formadora, educativa, integradora e dinamizadora, não digo que se consiga erradicar a Toxicodependência da nossa sociedade, mas penso que se fossem promulgados programas não de prevenção, mas sim de informação junto sobretudo dos mais jovens, com a sua sensibilidade e com a informação de que hoje têm ao seu dispor, muitos deles não se iriam deixar cair nesse sub mundo que não dá mais para fingir que não existe.
Para isso também os políticos têm de começar a perspectivar a ASC de uma forma mais séria e entender que a ASC pode dar uma ajuda importante para se conseguir diminuir o número de jovens que se tornam toxicodependentes, devido a muitos factos conforme nos referimos anteriormente.
O ex-Presidente da República Jorge Sampaio afirma:
Não tenho dúvidas em afirmar que a droga é um dos mais importantes problemas com que hoje em dia, as famílias portuguesas são confrontadas e que provoca fenómenos dramáticos de exclusão e de marginalizações sociais, insegurança, conflitualidade, intolerância, em muitas áreas urbanas e rurais e que são sinais evidentes de doença de uma parte da nossa sociedade e que afecta gravemente a coesão nacional.
A minha preocupação com o problema da droga levou-me, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a criar um Plano Municipal de Prevenção da toxicodependência. Ainda que as autarquias não tenham competências específicas nesta área não era possível deixar sem resposta uma questão tão importante para os cidadãos.
Assim nasceu o primeiro Gabinete de Prevenção da Toxicodependência numa autarquia portuguesa e foi possível dinamizar milhares de jovens, da quase totalidade das freguesias de Lisboa, em programas de prevenção inteiramente imaginados por eles. (…)
Sabe-se que a toxicodependência – como, aliás, acontece com outros fenómenos de exclusão social – é o produto de uma conjugação, sempre singular, de acidentes biográficos. Isso não impede que possamos e devamos identificar os principais factores de vulnerabilização presentes nas nossas sociedades, já que a acentuação da sua incidência em certos grupos sociais promove maiores propensões ao consumo de drogas.
Concentrando a atenção no universo juvenil, impõe-se começar por sublinhar alguns aspectos relacionados com a crise dos mecanismos de integração social associados á família e às redes de solidariedade de vizinhança. O seu papel protector e socializador não pode deixar de ser, por isso, abalado.

A “emergência” do Animador Sociocultural

Segundo Avelino Bento, (2003) “o(a) animador Sóciocultural é, de facto, um(a) agente do desenvolvimento. Por essa circunstância, deve desempenhar funções gerais ou específicas conducentes ao êxito da melhoria da qualidade de vida das populações: comprometendo-se a estar atento à tradição e inovação cultural, obrigando-se a incentivar, apelar e organizar a participação dos indivíduos e tornando-se um ponto de referência dos valores e da democracia.”
De acordo com a ANASC (Associação Nacional de Animadores Socioculturais, Coimbra, 1999), “o animador sociocultural é todo aquele que, sendo possuidor de formação adequada, é capaz de elaborar e/ou executar um plano de intervenção, numa comunidade, instituição ou organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, educacionais, desportivas, narrativas e lúdicas”, visando alcançar objectivos de animação e dinamização socioculturais.
“A necessidade de animadores, manifesta-se historicamente sobretudo nos movimentos de juventude que exigem educadores capazes de se dedicarem neste tipo de trabalho. A UNESCO na Conferência Internacional sobre a juventude celebrada em Grenoble em 1964, fez sentir a necessidade urgente de animadores, tanto no campo da juventude, como na educação permanente e a acção cultural.”
O termo animador provém da França e aos poucos foi-se introduzindo nos ouros países da Europa. Este está relacionado com todo um processo de mentalização, sensibilização e actuação de carácter social, cultural e educativo. Inicialmente este vocábulo estava relacionado com o domínio da vida, cultura popular, ocupação do tempo livre e era utilizado para os animadores voluntários.
Assim, “o termo “Animador Sóciocultural” deverá ser apenas utilizado para os agentes de animação” (ministério da Educação, 1992) que intervém na vida social e cultural em interacção com um grupo e actuando numa determinada área da animação.
O animador é “pessoa capaz de estimular a participação activa da gente e de insuflar um maior dinamismo sócio-cultural, tanto no individual como no colectivo.”
Dentro de um determinado grupo o animador deve ter a missão de “dar a todos a possibilidade de serem iguais, compensar os desequilíbrios socioculturais e contribuir para a interacção dentro da comunidade”. “O animador contribui para desenvolver e reforçar o espírito comunitário e o sentido cívico (…), que exigirá cada vez mais a participação e a solidariedade de todos.” Neste sentido, o animador é um agente de desenvolvimento dos indivíduos, dos grupos e das comunidades que, intervindo num determinado meio, promove a mudança e o encontro de soluções que dêem resposta aos interesses e necessidades do público envolvido.
Atendendo que animação é um programa de recriação integral, o animador sociocultural deverá ter em conta um vasto conjunto de actividades. Actividades estas que passam não só pela organização, execução e coordenação das actividades de animação, mas também, pelo ser capaz de captar desejos do seu público, adaptando-as às realidades concretas dos indivíduos.
Tal como o conceito de animação, existem também várias definições de animador. De entre os diversos autores que se dedicam ao estudo desta temática, destaco os seguintes:
Quintana, J. M.ª (1985): “O Animador Sócio-cultural há-de ter a capacidade para mandar sem dirigir, resistência à frustração, dinamismo, responsabilidade, entrega, compreensão, capacidade de comunicação e espírito democrático.”
Besnard, P. (1984): O animador Sócio-cultural é um “agente de desenvolvimento dos indivíduos e dos grupos, cuja acção profissional ou voluntária, se caracteriza por uma intervenção sobre o meio, a nível das relações entre os indivíduos e as obras culturais e eventualmente, a nível das estruturas.”
Segundo o mesmo autor “esta acção, às vezes fundamentada por princípios e valores, que se situam num quadro institucional que pode tomar diversas formas (associações, equipamentos sócio-culturais, colectividades locais, instituições culturais, ministérios). Acções que necessita de técnicas variadas que exigem do animador competência, qualificação e cubra múltiplas práticas de tipo cultural, artístico, estético, social, desportivo, manual…, realizadas por públicos homogéneos e diferenciados (o conjunto duma população ou trabalhadores, as classes médias, os jovens, os maiores, as mulheres)". No meu entender, um animador deve ser um indivíduo que possua uma determinada sensibilidade para as relações humanas, que através do contacto com os grupos ou comunidades é capaz de desenvolver as potencialidades dos vários elementos do meio em que se propõe intervir, de forma a produzir dinâmicas, e a promover valores, a nível pessoal, de grupo e comunitário.

Características


O animador Sociocultural é um indivíduo dinâmico que pretende pôr em prática o sistema de valores em que acredita. É responsável, sociável e gosta de partilhar responsabilidades no trabalho em equipa. É aberto à mudança e sabe ouvir os outros sem lhes alterar as ideias. Apresenta-se ainda, como um interventor a nível social e cultural e também educacional, que sabe descobrir e estimular as potencialidades de cada indivíduo e dos grupos, e adaptar-se constantemente ao público e ao espaço social onde está a desempenhar as suas funções.
Apesar da variedade de animadores nas diversas áreas da animação, existem características que são comuns a todos, sendo assim o animador é:
· “Um educador, apesar de nem todos estarem de acordo em identificar o animador com um educador; todavia, há unanimidade na altura de aceitar que é um dinamizador, um mobilizador, como o seu próprio nome indica. Neste sentido, pode considerar-se educador, visto que pretende provocar uma mudança de atitudes, da passividade à actividade.
· Um agente social, visto que exerce esta animação não com indivíduos isolados, mas com grupos ou colectivos os quais tenta envolver numa acção conjunta, desde o mais elementar até ao mais comprometido.
· Um relacionador (relações públicas), capaz de estabelecer uma comunicação positiva entre pessoas, grupos e comunidades e de todos eles com as instituições sociais e com os organismos públicos. (…) É esta a sua característica mais definitiva e peculiar, a que o diferencia de outras profissões afins".

Funções

O animador é uma “peça” fundamental no puzzle que é animação. Ele deverá levar o grupo a questionar-se e a encontrar as suas respostas, deverá incutir dinamismo num grupo.
“Como profissão, a animação diversifica-se em funções que correspondem às acções de impulso, de iniciativa, de organização, que destacamos precedentemente. Os animadores exercem uma função de características globais e técnicas.”
O animador no seu dia a dia tem de exercer papéis diferenciados de acordo com as características do trabalho que desenvolve, pois as instituições, as pessoas, os grupos humanos, as exigências variam de lugar para lugar.
Segundo Ander-Egg, (1999) as funções do animador na vida do grupo devem “proporcionar assessoria técnica para que o grupo ou colectivo encontre resposta às suas necessidades, problemas e se capacite para organizar e conduzir as suas próprias actividades. Contribuir para que as pessoas envolvidas nestes programas recuperem, sistematizem, evoluam e implantem as suas próprias práticas sócio-culturais, como forma de animar e acrescentar protagonismo popular. Animar, vitalizar e dinamizar as energias e potencialidades existentes entre as pessoas, grupos e colectividades.”
Segundo o mesmo autor, existe um conjunto de funções que são comuns a todos os animadores, assim os animadores devem:
· Potenciar as relações interpessoais e favorecê-las entre os membros do grupo, visto ser neste que o Homem aprende a viver com os restantes elementos, dando a cada um a possibilidade de se desenvolver no seio do grupo;
· Criar atitudes de cooperação, intercâmbios culturais, comunicação e conhecimentos sobre a base das relações pessoais elaboradas e disponibilidade para actuar conjuntamente com os outros;
· Ajudar o grupo a encontrar soluções para os seus problemas, motivando os mesmos a realizar o seu próprio projecto;
· Coordenar actividades, estabelecendo prazos para a realização do mesmo, supervisionando e avaliando para corrigir os desajustes que se produzam;
· Harmonizar a realidade com a acção, reconhecendo o meio em aspectos como o espaço, população e recursos;
· Planificar, coordenar e avaliar programas de intervenção social.

Características, modalidades e funções da Animação Sóciocultural

Animação Sociocultural actua em diversas modalidades da vida das pessoas. Vários foram os autores que estudaram essas modalidades, dos quais destaco Quintas e Castaño que as classificaram em quatro momentos: Modalidade Educativa; Cultural; Social; e Económica.
Na modalidade Educativa o animador é um educador que baseia a sus metodologia na participação e autogestão do grupo. Vinché (1988) “uma acção educativa informal sendo que os jovens vão amadurecendo de forma integral em função de um projecto educativo”.
A modalidade Cultural centra-se em programas culturais de criação e difusão. Delgado (2982) faz a distinção entre Animação Cultural e a Animação Sociocultural: “A Animação Cultural é aquela que usa as técnicas como elementos de criação, produção e comunicação, entre os criadores e o público. Animação Sociocultural é a que usa as diferentes técnicas de expressão/comunicação como elementos de relação, expressão e comunicação entre os diversos grupos"
Na modalidade Social, a Animação procura colmatar as desigualdades sociais, e para isso o animador trabalha com outros técnicos de forma multidisciplinar. “O seu objectivo é «anular a expressão mais desfavorecidos», excluídos (…)”
Por último surge a modalidade Económica, onde a animação procura que os indivíduos alcancem a realização pessoal através do emprego, participando em cursos de formação, por exemplo, e combinando a “formação com a gestão”.
A Animação pode-se considerar assim como um modo de actuação face à comunidade, que reúne múltiplas funções.
Segundo diversos autores as funções da animação resumem-se a quatro pontos essenciais: “Universalidade: de meios, bens e acções, sem nenhum tipo de discriminação; Normalização: integração dos distintos indivíduos na sua comunidade;
Descentralização: tomada de decisões dentro de cada grupo organizado democraticamente; Participação: Autogestão em todos os níveis da vida social”.
As funções da Animação não são individuais, mas pelo contrário, estas encontram-se interligadas entre si, como um ciclo vicioso.
Ao início esta vai descobrir os problemas com o objectivo de transformar a comunidade. Após a descoberta vai investigar os eixos desse problema, terminada a investigação e a análise dos resultados desta, é necessário planear soluções. A mobilização de vontades e a união dos grupos faz com que se realizem acções que transformem a sociedade.
As funções da Animação não têm que seguir rigorosamente esta ordem, mas têm que ter em conta estes diversos eixos.
“A Animação Sociocultural abarca parâmetros ideológico-políticos, desde os quais se podem pretender distintas funções, mas no geral resumem-se nas seguintes:
· Função de integração: pretende corrigir tanto os defeitos do desenvolvimento (demográfico, do meio ambiente), como os fracassos do sistema educativo (analfabetismo, insuficiente educação básica, fracasso escolar, escassa formação profissional);
· Função de desenvolvimento: o trabalho é de elevar a qualidade de vida de forma quantitativa, desenvolvendo não só o nível cultural, mas também o afectivo, ético, cívico;
· Função criativa: trata de gerar processos de participação que propiciem novas formas culturais, assim como facilitar os meios e as técnicas para adquirir essas formas culturais, assim como facilitar os meios e as técnicas para adquirir essas formas culturais orientadas de transformação social".

Conceitos da Animação Sociocultural

A Animação Sociocultural caracteriza-se em primeiro lugar, por ser um conjunto de práticas, de relações e de actividades. As práticas e actividades derivam do interesse das pessoas envolvidas e das necessidades que existem nas comunidades. Estas poderão abranger diversas áreas, tais como: intelectuais, sociais, artísticas, desportivas, musicais, ambientais…
Pode-se caracterizar de diversas formas o conceito de Animação Sociocultural, segundo o autor Jaume Trilla (1998) caracteriza-a do seguinte modo:
· A Animação como “uma acção, intervenção, actuação e participação realizada por pessoas;
· A Animação Sociocultural como actividade ou prática social, esta não designa apenas exclusivamente quem a promove, mas a quem promove. Uma actividade ou uma prática social desenvolvida entre os agentes e os destinatários;
· A Animação como um método, uma maneira de fazer ou uma técnica, um meio ou um instrumento;
· A Animação como um processo, destacando-se a dimensão dinâmica ou processual, ou seja, esta não designa exactamente o que o agente faz, nem umas determinadas actividades, mas sim uma espécie de sucessões evolutivas ou progressivas dos acontecimentos;
· A animação como um processo, destacando-se a dimensão dinâmica ou processual, ou seja, esta não designa exactamente o que o agente faz, nem umas determinadas actividades, as sim uma espécie de sucessões evolutivas ou progressivas doa acontecimentos;
· A Animação como programa, destacando-se o trabalho de elaboração de actividades, processos ou acções;
· A Animação como função social, estando presente em toda a comunidade ou sociedade, sendo algo que esteja implícito ou endógeno à própria comunidade;
· A Animação como um factor de carácter operativo, ou seja, como algo que produz, gera, dá lugar, causa, motiva uns resultados e processos”

Segundo Avelino Bento a Animação Sóciocultural a ser hipótese de um método organizativo de lazer, associado às técnicas da recreologia, poderá funcionar numa lógica universidade ocupação de tempos livres. O poder ser, potencialmente, um movimento social de emancipação de massas, conducente a uma expressão popular, poderá corresponder ao desejo de definição estética de um quadro contextualizado de artistas e intelectuais. O poder funcionar como um sucedânio da ideologia participativa na direcção de uma evolução social sem conflitos ou como instrumento de subversão, tem hipóteses de poder ser um instrumento como função de regulação social, privilegiado pelos cientistas sociais e pelos políticos.
O mesmo autor refere que hoje a Animação Sóciocultural tem novas abordagens e porventura outros rumos, uma vez que existe em função de cada contexto social e cultural. Estamos triplamente em mudança; de século, de milénio e de sociedade. Mudamos de uma sociedade industrial para um sociedade pós-industrial ou pós-moderna ou ainda pós-materialista.



Contextualização Teórica

A animação sociocultural surge como uma necessidade social, devido ao desenvolvimento industrial e urbano. Às mudanças sociais e tecnológicas, sobretudo às necessidades que o Homem tem de se adaptar à mudança, não só para compreender a sociedade em que está inserido, mas para colaborar activamente na transformação da mesma.
Segundo a UNESCO a Animação Sociocultural surge numa reunião levada a cabo pela organização, na Áustria, em Moudasse, no ano de 1950. No entanto, Ezequiel Ander-Egg (1999), refere que a expressão “Animação Sociocultural foi utilizada inicialmente na Europa desde os meados dos anos 60, particularmente em França e Bélgica”
Na Europa a Animação Sociocultural nasce dos movimentos de educação popular, que pretendem a educação da população.
A Animação Sociocultural é uma metodologia de intervenção, que assenta num conjunto de práticas sociais que visam gerar processos de participação com o objectivo de promover o desenvolvimento sociocultural, pessoal e educativo. No entanto, definir o conceito Animação Sociocultural é ainda uma tarefa difícil, devido à sua ambiguidade.
O termo Animação tem uma dupla raiz, latina e grega. Pode-se falar de Animação como “anima”: sentido, vida, dar espírito ou alento; “animus”: motivação, movimento e dinamismo.
A nível etimológico, a “Animação infunde vida, dá ímpeto, é um “Actuar sobre” algo, também incita e motiva para a acção, é um processo relacional, uma maneira de “actuar na sociedade”
Assim, partindo desta definição é possível constatar que a Animação é algo dinâmico, activo, que tem que ser visto como um processo que potência o modo como as pessoas ou os grupos olham e se “inscrevem” na realidade.
Segundo Ezequiel Ander-Egg (1999), a “animação sociocultural nasce como uma forma de promoção de actividades destinadas a encher criativamente o tempo livre, corrigir o desenraizamento que produzem os grandes centros urbanos, evitar que se aprofunde ainda mais a fenda ou fossa cultural existente entre diferentes sectores sociais, desbloquear a comunicação social mediante a criação de âmbitos de encontro que facilitam as relações interpessoais, alentar as formas de educação permanente e criar condições para a expressão, iniciativa e criatividade de mesma gente”
Para Ander-Egg, a prática da Animação pode ser vista a partir de três níveis diferentes: “como uma das metodologias de intervenção social; como uma das formas de acção dentro da política cultural; pelas suas acções específicas”.
No que respeita ao património nível metodologia de intervenção social, o autor diz que a Animação Sociocultural apoia o seu fundamento teórico nas ciências humanas. Para o mesmo, “os métodos e técnicas e Animação, baseiam-se numa pedagogia participativa, o que supõe (…) a procura da autogestão como forma de organizar o trabalho cultural. Por isso o princípio operativo básico da Animação é o de que as actividades sejam participativas”.
No segundo nível, forma de acção dentro da política cultural, menciona os Estados, que passaram a ter a responsabilidade pela política cultural, e dentro das acções desta política “distinguem-se actividades de difusão cultural, de promoção cultural, de gestão cultural e de animação sociocultural”. No entanto, a animação não faz parte de toda a política cultural, apenas daquela que produz avanços e que quer desenvolver processos de participação dos indivíduos.
No terceiro e último nível, Ander-Egg menciona as funções específicas da animação, ou seja, a animação tem funções tão distintas como as de “promover, alentar, animar a gente, despertar inquietações, alentar à acção (…)”. Mas a especificidade da animação não é tanto pelo que faz, mas mais pela forma como se faz: “A Animação Sociocultural não tem tanto a finalidade de proporcionar e espalhar a cultura – isto também o faz – senão a de promover um contacto de práticas e de actividades destinadas a gerar os processos de participação no maior número possível de pessoas”.
Para Quintas e Castaño, a definição de Animação assenta numa dupla perspectiva “ «dar vida» ou «pôr em relação» ”Animar é «dar vida», dar um novo ânimo, um novo rumo à vida de cada indivíduo, porque os “grupos sociais necessitam de potenciação, apoio e clarificação das metas”[. Animar é «pôr em relação», é um “elemento mediador que nos «põe em relação» com o envolvente e com todas as possibilidades”, onde o animador é o elemento que faz a ligação entre o indivíduo e as suas responsabilidades, a sua comunidade, e meio em que está inserido. Animação é uma referência para uma melhor compreensão desta nova forma de intervenção sócio-pedagógica. Cada indivíduo, segundo as suas perspectivas políticas, científicas e ideológicas e a sua própria prática, poderá ou não aceitar as definições a que nos propõem.